O sol ainda mal nasceu, mas a mulher e o homem já ardem de amor. Ela sobre ele, homem e mulher, desfazem a cama. E o mar que está louco pela mulher, prefere não olhar. Os céus não perdoam, nem a água, nem as algas nem o sal. Ao amanhecer, o homem já está no barquinho 'Da-me um beijo, amor, e espera por mim, quieta junto à costa'. O mar murmura 'Maldito pescador! Diz adeus a ela, não quero partilhar o seu coração!' Chora, chora e chora por ele. Espera, espera e espera ao pé da orla costeira até que o homem retorne. Dizem, na aldeia, que a rocha branca é a mulher. Coberta de sal e de coral, ela espera na praia. Não esperes mais, menina de pedra. o homem não voltará. O mar tem o como prisioneiro por não querer dar a mulher. A quem diga que quando há tempestades as ondas são provocadas pelo o homem, a lutar até a morte com o mar. Ela chora por ele, espera de pé e chora, chora sobre o mar.